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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

«Egos? No céu nunca há só uma estrela»

Lidar com diferentes egos numa equipa de futebol não parece fazer muita diferença para Paulo Bento. "Há aspectos muitos mais determinantes para que se possa liderar da melhor forma", defende o Seleccionador Nacional, que resolve o problema com um simples olhar pela janela.
"No céu nunca há uma estrela. Todas as equipas têm elementos com diferentes características. É preciso encaminhá-las para o mesmo objectivo. No futebol devia ser fácil. Tudo se faz em equipa. Nenhum jogador, por muito bom que seja, resolve sozinho. Temos é de respeitar as características de cada um. Devemos tratar todos com seriedade e respeito, mas não tratar todos da mesma forma, pois as pessoas são diferentes", defendeu o técnico das quinas, numa aula aberta promovida no ISPA (Instituto Superior de Psicologia Aplicada), no âmbito da pós-graduação em treino de liderança e desenvolvimento de equipas.

Paulo Bento entende que a criação de sub-grupos "é inevitável", mas apenas isso não representa algo de negativo. "Pode ser por relações familiares, por nacionalidade ou por idades. A função do líder é saber de que forma isso pode afectar. Pode haver, por exemplo, o sub-grupo dos que não jogam. É preciso é estar atento."

Por ser um treinador jovem, Paulo Bento sabe o que é liderar jogadores que foram seus colegas de equipa ou mesmo adversários. Alguns jogadores seus tratam-no por "tu", mas o Seleccionador Nacional não sente a liderança em causa: "Têm de existir as devidas distâncias. Mas não penso que o respeito tenha a ver com o tratar por tu. É melhor tratar por tu e respeitar do que tratar por você e não respeitar."

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